Giovana Cabral
“Não olhe o produto que tem na bagagem.”
Hoje o celular apitou e era uma mensagem de um amigo.
Sabe quando faz tempo que você não fala com uma pessoa e de repente ela te chama? Então, pensei na hora “Nossa velho, quanto tempo não falo com ele. Que bom ele ter chamado, vai dar pra marcar aquele rolê.”
E quando abri a mensagem no famigerado WhatsApp, ao invés de uma puxada de papo, havia uma dessas piadas que com certeza abrilhantaram a vida do Ari Toledo, mas que por razão de ~linguagem internética~ sofrera pequenas alterações. Ele não deve ter me escolhido para mandar na agenda, apenas pegou e enviou para todos os contatos da lista. A graça que ele viu na piada devia ser tanta que quanto mais pessoas a mensagem conseguisse atingir, melhor.
Normal. A maioria das pessoas faz isso. E a todas elas eu faço um pedido: PAREM COM ESSA PORRA!
Se você analisar bem, as correntes atravessam gerações. Eram daquelas sobre ganhar dinheiro, que chegavam através de cartas. Passaram para santinhos entregues de porta em porta com mensagens religiosas de toda natureza, entraram pelos e-mails com Power point de layout sofrível, sms sem fim, marque seu amigo num desafio, cole no seu mural, vá pra puta que o pariu, e o último atingido foi o WhatsApp. Todo comunicador, seja ele instantâneo ou não, é palco para mensagens coletivas com alto grau de inutilidade.
A corrente evoluiu junto com tudo que existe. Antes as pessoas até se preocupavam com a maldição que assolava quem não compartilhava o bang que recebia. Hoje a maldição a gente deseja para quem nos envia. O artefato de gomos de aço ou seja lá do que elas sejam feitas que servia para prender cargas de peso elevado, agora serve apenas como reflexo de um comportamento assaz estranho: “Não sou dessas de repassar nada, mas olha só que piada maneira, faceira e marota que eu recebi”. Esses jovens…
Se você entendeu esse pequeno comentário sobre o assunto, cole o link no seu mural PERAAA.
Divulga a gente que a gente divulga de volta. TÁ PAREI
não responde corrente, não repassa corrente, mas faz post sobre o tema. Alguma utilidade ela tinha que ter.
