João Victor Delatorre
Basta estar vivo para saber que em algum momento da vida, poderemos conhecer de perto o fracasso. Rejeição, reprovação, demissão, falência, falha, derrota, incapacidade, ineficiência, incompetência. Todos estes substantivos remetem direta ou indiretamente ao seu fiasco.
Estar nesta situação é um verdadeiro desprazer. A frustração em não atingir objetivos e metas pessoais acarreta uma forte tristeza. A auto-estima se esvai junto com as possibilidades de sucesso. E tudo parece desmoronar a sua volta. Nada deu certo. Nunca funcionará. E aquela sensação terrível e abaladora de ser incapaz toma conta do ser.
Ao confrontar-se com o erro que levou a falha, nos deparamos com um comportamento totalmente humano, ainda que indevido. A auto-depreciação reflexiva. Mas o que é isso? Em que se baseia e quais são as características deste malefício mental de nossa natureza?
Trata-se do conjunto de atitudes que vem logo após o fracasso e que geralmente acontece sem muita resistência pessoal. É o ato de refletir sobre sua derrota, e, ao invés de analisar seus erros e acertos, usando os novos aprendizados para melhorar e tentar outra vez, ver-se como culpado por todos os acontecimentos ruins. Considerar-se ínfimo, sem valor, totalmente inválido; depreciar-se cada vez mais, geralmente desistindo de seguir em frente.
Raramente, uma pessoa é determinada a ponto de se tornar imune a este comportamento destrutivo. Não são diferentes de ninguém. Os imunes apenas têm a força de vontade, a consciência, a vontade de se tornarem melhores e a crença em seus objetivos que aqueles que sofrem disto não têm. Eles são as pessoas de sucesso.
Independente da situação, nunca se deixe vencer, ainda mais por si mesmo. Foque em seus objetivos, e não no martírio. Erros podem ser consertados, basta querer. Pare de ficar se culpando, se inferiorizando, e levante a cabeça. Corra atrás. Ninguém vai fazer isso por você. Não importa o quão grande seja o seu tropeço, caia no chão para se erguer, e não na auto-depreciação reflexiva para se acomodar ali.
Zarpar para longe de sua zona de conforto nunca será fácil. Exigirá esforço. Você ira falhar algumas vezes. É assim que a vida funciona. Mas não deixe que suas emoções te joguem no fundo do poço. Busque seus sonhos, suas metas. Todo mundo tem dificuldades para chegar ao sucesso, então, você não é desprezível ou inferior por tê-las também. Lembre-se sempre disso.
Há tudo de natural e nada de positivo neste comportamento que toma conta de milhares e milhares pelo mundo todo. Nada é conquistado com choro, martírio e auto-piedade. Não queira ser um coitadinho. Não tente ser digno de pena. Fique de pé e mova-se. Só você pode se ajudar. Aprenda com seus erros, não entre em luto por eles. Tente quantas vezes for preciso, até fazer direito.
Nunca, jamais, em hipótese alguma, não importa a situação, se entregue a sua natureza. Se você quer ser alguém na vida, não caia nesta cruel armadilha do ser. Rejeite com todas as suas forças. Não se deixe vencer por nada, nem mesmo pela sua maior inimiga, que vive dentro de si, a auto-depreciação reflexiva.
