Por Rafael Dias, jornalista e colaborador do PLN
Desde que comecei a jogar, há uns dois anos, tenho muita dificuldade em convencer outras pessoas a experimentar o League of Legends (LoL). Principalmente por conta de todo preconceito carregado pelo título, taxado muitas vezes como infantil e com jogadores pouco amigáveis – afirmação com um pouco de verdade, concordo. Mas, vamos em partes.
Para quem não conhece, o Lolzinho (para os íntimos) foi desenvolvido pela Riot Games, e hoje é considerado um dos Multiplayer Online Battle Arena (Moba) de maior sucesso no mundo. O jogo integra uma modalidade de títulos inspirados no Defense of the Ancients (o famoso DotA), que por sua vez foi criado a partir de um mapa modificado do Warcraft III, inspirado no cenário Aeon of Strife, do Starcraft III… Confuso, não? Para melhor entendimento sobre a história do gênero, o UOL fez uma matéria bem completa, explicando tim-tim por tim-tim.
Mesmo assim, é importante salientar o formato usual dos jogos estilo Moba. No geral, são voltados inteiramente para o modo competitivo, no qual o objetivo das duas equipes é conquistar a base do oponente na porrada. Esses territórios são interligados comumente por três rotas principais e paralelos – conhecidas como lanes top (superior), mid (meio), e bot (inferior).
Entre essas rotas, formam-se áreas com caminhos alternativos. No caso do LoL, são locais infestados por monstros. Por isso, recebem o nome de selva (ou jungle, em inglês).
E…como se faz?
No League of Legends, os cinco jogadores de cada equipe precisam se dividir no mapa, batizado de Summoners Rift, para proteger as rotas principais e a selva, enquanto tentam avançar para destruir o quartel-general inimigo.
Nas lanes, os competidores contam com o apoio das tropas, apelidadas de minions. São grupos formados por personagens controlados pelo jogo que, de tempos em tempos, rumam para a base da equipe adversária. A defesa de cada rota principal é reforçada também por duas torres, distribuídas em pontos estratégicos do percurso, com a função de atacar os jogadores e capangas inimigos.
Essas estruturas defensivas estão presentes também nas bases de cada time, defendendo os inibidores, representados como cristais e localizados na entrada de cada rota, que, ao serem demolidos, conferem às tropas do time responsável em vandalizar geral pelo feito um aumento temporário de poder.
As torres também estão presentes no Nexus, o principal objetivo do jogo. Posicionado nos extremos de ambas as bases, sua destruição define o domínio total sobre o grupo opositor e, consequentemente, quem ganha/perde a partida.
Welcome to the jungle
Contudo, o que na minha opinião de fezes traz uma dinâmica diferenciada ao Lolzinho são os objetivos secundários, responsáveis inclusive por definir a posição de cada jogador.
Como disse, a selva do jogo é habitada por monstros. Quando abatidas, cada uma dessas criaturas premiam seu carrasco com algumas habilidades, por exemplo, maior regeneração de mana, capacidade de atordoar o oponente, maior duração do dano de ataques básicos, e etc. Dois deles, o Dragão (localizado próximo ao bot) e o Barão Nashor (no top), conferem benefícios a todo grupo. Porém dificilmente são abatidos por um jogador sozinho, e demandam uma força-tarefa da equipe. Além disso, os bônus (ou buffs) conferidos por esses “chefões” são amplamente vantajosos, sendo sua conquista o fiel da balança em muitas partidas.
É ai que entra a influência desses bichos no posicionamento em campo. Como o dragão é o primeiro a aparecer em jogo, convencionou-se destacar dois campeões (título conferido aos personagens jogadores) na rota inferior, enquanto o meio e o topo são defendidos por apenas um jogador. O quinto integrante recebe a função de caçador, ou jungler, e fica responsabilizado em garantir os objetivos da selva para sua equipe e aparecer ocasionalmente nas outras lanes, dando suporte e vantagem numérica.
ADC, SUP, MID… PQP!
É a partir de qual função no campo o jogador escolher que se define a escolha entre 130 personagens jogáveis. Isso devido a cada um deles conter habilidades e características mais adequadas para assumir um determinado posto.
Além do boneco de judas jungler (chamado carinhosamente de JG), os campeões nas lanes também tem objetivos bem definidos, muito além de apenas proteger o percurso. Na rota inferior, é comum encontrar os atiradores – também conhecidos como AD Carries, ou simplesmente ADCs – campeões que atacam de longe (dãããã) e concentram a compra de seus itens e bônus para infligir a maior quantidade de dano possível. São também os principais encarregados pela destruição das torres e demais estruturas do jogo. Por serem mais frágeis, contam normalmente com a ajuda dos suportes (sups, na língua desse povo que abrevia tudo e abusa dos estrangeirismos) e seu arsenal de habilidades para fortalecem seus aliados e enfraquecem os inimigos.
Na rota do meio, os midlaners zelam pelo trecho mais curto entre os dois nexus (lembra das aulas de geometria, quando o professor explica que a menor distância entre dois pontos é uma linha reta? Tá aí). É também a posição mais passível a invasões de caçadores e outros jogadores, influenciando a escolha por campeões com mais mobilidade e, muitas vezes, poderes de controle de grupo. Além disso, por não dividir o ouro e a experiência adquirida pelo abate de minions com outros amigos, costumam ficar mais fortes rapidamente.
O mesmo ocorre com os toplaners, em seu eterno embate no canto superior do mapa. Para isso, geralmente são escolhidos personagens melhores no combate singular, já que vão passar um bom tempo da partida brigando somente entre si. Os tanques, campeões mais resistentes às pancadas, geralmente dão as caras por aqui.
Vamos falar de coisa séria?
Com essas dicas, já é possível criar uma conta na Riot, baixar o jogo gratuitamente e sair por aí matando minions, destruindo torres e derrotando dragões com seus amiguinhos. Contudo, NA MINHA OPINIÃO, vale a pena um aviso antes de entrar na arena.
Assim como no resto dessa internet do bom Deus, League of Legends reúne uma série de pessoas com um comportamento desnecessariamente ofensivo e agressivo. Óbvio que é uma realidade longe de ser exclusiva do LoL, mas infelizmente é capaz de comprometer toda a experiência do jogo.
Os exemplos de má conduta são diversos: desde quem busca atrapalhar a partida – não mantendo sua posição ou morrendo intencionalmente – até problemas mais sérios, como ofensas machistas, declarações com o intuito de diminuir o próximo, entre outros tipos de casos no qual a imaturidade e ignorância fala mais alto.
A Riot, desenvolvedora do jogo, tenta de diversas formas diminuir esse tipo de ocorrência, punindo quem age de forma negativa e recompensando os jogadores saudáveis. Mesmo assim, a chance de topar com, pelo menos, um mal educado no grupo é quase 100%, e acredite: chegam a ser tóxicos o suficiente para atrapalhar todo o time.
Colocar os companheiros de equipe no “mudo”, impedindo a troca de mensagens, pode resolver isso? Bom, até ajuda. Mas não resolve.
Pode parecer clichê, mas a solução para tornar o LoL mais amigável começa com você e comigo. Seja mais paciente, entenda os limites dos outros jogadores e, principalmente, assuma seus erros trabalhe sua humildade e autocrítica. Seu amiguinho está com problemas na lane dele? Ajude-o. Não consegue avançar? Reavalie sua estratégia e ouça o que o time tem a dizer. Mas
São atitudes simples, mas, sem dúvida, contribuem para melhorar a experiência do jogo. E na vida. Além de melhorar bastante o potencial de diversão, certamente contribuirá para a geração de sólidas .
Menção honrosa: No canal oficial do League of Legends, a equipe do apresentam dicas valiosas para quem está começando ou buscam aprimorar seu conhecimento de jogo.