Resenha: O Silêncio da Chuva

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o silêncio da chuvaTítulo: O silêncio da chuva
Autor: Luiz Alfredo Garcia-Roza
Número de páginas: 248
Editora: Cia. das Letras.

Psicanalista de formação, professor universitário e autor de livros teóricos sobre psicanálise e filosofia, Luiz Alfredo Garcia-Roza resolveu largar tudo aos mais de sessenta anos e se dedicar exclusivamente à escrita de ficção.

Seu primeiro livro, O Silêncio da Chuva, foi um sucesso de público e muito bem recebido pela crítica, sendo inclusive ganhador do prêmio Jabuti em 1997. Na trama, o importante empresário Ricardo Vasconcelos é encontrado morto no interior do seu carro com um tiro na cabeça, num estacionamento próximo ao seu local de trabalho no centro do Rio de Janeiro. O problema? Nenhuma evidência além do próprio ferimento na cabeça da vítima. Ninguém viu ou ouviu nada.

Para sorte ou azar, será o introvertido e culto detetive Espinosa que terá que dar cabo do caso. Sujeito de meia-idade, solteiro e apreciador de bons livros, Espinosa é um ponto fora da curva dentro da própria polícia que precisa descobrir como um morto surgido num edifício-garagem foi parar ali; por outro lado, terá que lidar com a incessante multiplicação de protagonistas que aparecem em seu caminho. Tudo se complica quando ocorre outro assassinato e pessoas começam a sumir.

O livro é feito de uma escrita rápida, que passa ligeiro pelos olhos e nos coloca próximos de vários pontos da cidade do Rio de Janeiro sem muitos rodeios ou floreios. Espinosa cativa pelo seu jeito incomum, assim como seu envolvimento com os demais personagens que perpassam a obra. Enquanto ele especula sobre seu trabalho, é impossível não especular junto e tentar reforçar ou discordar de alguma teoria que preencha as lacunas do caso. O final do livro divide opiniões, mas não falarei mais para não estragar.

Para os apreciadores de romances policiais, temos aqui um ótimo representante do gênero na literatura brasileira. Posteriormente o autor também escreveu outros romances com o inspetor Espinosa como protagonista, como Achados e Perdidos; Vento Sudoeste e Céu de Origamis.

Rodrigo Barros

Sociólogo e às vezes filósofo de esquina; louco por teoria, livros e psicanálise. Escreve sobre política, sociedade, literatura e outras coisitas mais (ou não).