Já que a série da Showtime vai terminar semana que vem e, ao que parece, com um final desastroso, vamos dar uma olhada para trás em alguns dos maiores erros do show. Claro, Dexter teve alguns pontos brilhantes em suas oito temporadas, mas tem havido muitos erros que nos levaram até o ponto mais baixo que é esta última temporada do show. Com spoilers que vão até o penúltimo episódio da série, são eles:
1. Quando Debra começou a namorar seu superior, o agente especial do FBI, Frank Lundy:
Na 2 ª Temporada, Deb se envolveu romanticamente com o muito mais velho Frank Lundy. Não foi a diferença de idade o problema – e sim que Debra foi forçada a outro romance “inapropriado”, logo depois de seu relacionamento com o Ice Truck Killer. O fato de que ela reconheceu suas más escolhas nos homens não fez isso melhorar, e o padrão continuou ao longo da série.
2. Quando Miguel Prado descobriu a verdade sobre Dexter – e não o entregou às autoridades:
Outro padrão da série que foi difícil evitar: uma personagem de fora descobrir que Dexter é um serial killer e ir se juntar a ele (isto foi meros episódios depois de Lila aprender o segredo de Dexter no final da 2 ª Temporada). Miguel não perdeu tempo em unir forças com o Bay Harbor Butcher, apesar do fato de que ele aparentemente tinha uma consciência e sabia que matar pessoas – o quão más elas podem ser – é errado.
3. Quando Debra se envolveu com Anton Briggs:
O que você faz quando você foi solteira por cinco minutos? Se você é Deb, você se atraca ao próximo parceiro romântico imprudente. Neste caso, foi Anton Briggs, que deveria ter ficado na moita como informante de Quinn, mas é claro, viu-se atraído pela complicada Debra Morgan. O relacionamento era bom – sem dúvida o mais saudável que Deb teve – mas era outra repetição do enredo que tem perseguido Deb desde o começo.
4. Quando juntaram Batista e LaGuerta:
Quando a 4 ª Temporada de Dexter começou, Angel Batista e Maria LaGuerta estavam dormindo um com o outro. Por que? Ora, por que não! Não havia química entre eles, e seu relacionamento – que, eventualmente, foi pra vala – foi uma clara tentativa de dar a dois personagens freqüentemente subutilizados algo novo para fazer. Nunca fez qualquer sentido, e várias temporadas depois, era fácil esquecer que ele nunca aconteceu.
5. Quando Deb traiu Anton com Lundy:
Sério? Deb não tem uma folga. Pela 4 ª temporada, ficou claro que os escritores queriam vê-la sofrer romanticamente uma vez aqui e outra ali. Uma vez que seu relacionamento com Anton era realmente estável, ela rapidamente estragou tudo ao cair nos braços de sua antiga paixão. E, claro, ele foi baleado e morto pouco depois, porque Deb faz escolhas ruins e sempre acaba sozinha.
6. Quando Debra se envolveu com Quinn, um outro colega de trabalho:
Quinn não era um detetive qualquer : ele era um detetive semi-corrupto e moralmente comprometido e que tinha uma suspeita sobre Dexter. Claro que Deb ia acabar na cama com ele. Não preciso repetir o que há de errado com Deb tendo uma seqüência interminável de namorados inadequados (ou seja, tudo), mas também isso era um insulto para o público. Como o relacionamento de LaGuerta e Batista, isso aconteceu porque não havia mais nada a fazer.
7. Quando Dexter percebeu que amava Rita, apesar dele ser um sociopata:
Você não pode torcer por um sociopata. Quero dizer, você pode tentar – e em suas primeiras temporadas, Dexter fez isso com a gente, com grande esforço. Mas em algum momento, os autores perceberam que, a fim de arrastar esta série por várias temporadas, eles tiveram que humanizar o serial killer. E assim, na 5 ª temporada, Dexter decidiu de repente que tinha sentimentos, afinal. Isso foi contra a premissa básica do show, e assim começou a trajetória de queda do personagem.
8. Quando a vítima brutalizada Lumen juntou forças com serial killer Dexter:
Na 5 ª temporada, Dexter conheceu Lumen, uma mulher que havia sido estuprada e atormentada por seus captores. Ainda que inicialmente com medo dele, Lumen começa a ter confiança em Dexter, e, eventualmente, os dois uniram forças para vingar-se do grupo de homens que mantiveram Lumen em cativeiro. Mais uma vez, o público teve que suspender a descrença de que alguém iria descobrir sobre Dexter, e não apenas aceitá-lo – mas, na verdade, tornar-se seu parceiro.
9. Quando Astor voltou para casa bêbada:
Era certamente aceitável que a morte de Rita colocaria sua filha em uma espiral de abuso de álcool e rebeldia adolescente, mas a linha do tempo aqui foi toda errada: Astor e Cody mal tinham ido embora de Miami quando Astor voltou, de repente, daquela maneira. Dexter não tinha idéia do que fazer com os filhos de Rita, como evidenciado pelo fato de que eles foram mandados para morar com os avós, então por que escritores perderam tempo em mostrar a rebeldia de Astor?
10. Quando Dexter e Lumen se apaixonaram depois de um assassinato catártico:
Como se o enredo da Lumen não lembrasse o da Lila, mais uma vez, Dexter teve que dormir com uma nova mulher estranha em sua vida. A vida amorosa de Dexter não foi tão desastrosa como a de Deb, mas ficou uma sensação de que os escritores não conseguiam parar de repetir tramas. Eles esperam que o público vá esquecer uma coisa que eles já viram muitas vezes antes? A melhor coisa que se pode dizer sobre o romance de Dexter e Lumen é que ele foi de curta duração.
11. Quando Dexter facilmente despachou o corrupto policial Stan Liddy:
Eis o que acontece quando alguém descobre sobre Dexter: ele transa com a pessoa, ou ele a mata. Com Stan Liddy, o policial corrupto que Quinn contratou para descobrir a verdade sobre Dexter na 5 ª temporada, aconteceu o segundo. O problema com a resolução para essa história é o quão fácil foi, um claro sinal de preguiça no final da temporada do show. Assim que Liddy descobriu tudo, Dex mal suou ao esfaqueá-lo no coração.
12. Quando Dexter conheceu o Irmão Sam, que tagarelava sobre religião… e morreu:
A 6 ª Temporada de Dexter foi sem dúvida a mais bagunçada – bem, talvez até a atual e final oitava temporada da série. Irmão Sam foi um personagem problemático por uma série de razões. Em uma série que tem lidado dificilmente com personagens de cor, foi lamentável ter o rapper Mos Def interpretando uma figura que inutilmente regurgitava temas religiosos e, em seguida, foi morto em uma subtrama esquecível. Ele merecia mais, assim como a platéia.
13. Quando o irmão morto de Dexter apareceu novamente:
O retorno de Brian Moser foi alardeado sem parar antes da estreia da 6ª Temporada, e a revelação chocante era para ser um grande momento. Mas, falando sério, quem se importa? Sabemos que Dexter vê pessoas mortas – seu falecido pai é está sempre por perto – e o Ice Truck Killer não tinha aparecido desde uns flashbacks de Deb na 2 ª temporada. O pior de tudo, o retorno de Brian na 6 ª temporada foi um lembrete do quanto que a série decaiu.
14. Quando Debra decidiu que era apaixonada por seu irmão:
Não. Ruim, sujo, errado. Quem concebeu este desenvolvimento horrível, e por quê? Deb se apaixonando por Dexter – seu irmão por adoção, mas seu irmão, mesmo assim – foi um ponto baixo na 6 ª temporada, uma temporada cheia de pontos baixos. Era nojento e vergonhoso, o culminar de seis temporadas de Deb sendo fodida cada vez mais pelos escritores. Felizmente, este plot foi abandonado uma vez que Debra aprendeu que seu irmão é um assassino serial.
15. Quando Dexter aprendeu que o Professor Gellar estava morto o tempo todo, mas a audiência já sabia:
O plot twist de que o mentor de Travis, o Professor Gellar, estava morto o tempo todo já era ruim o suficiente, mas graças aos poderes dedutivos da internet, todos adivinharam esta grande revelação antes de Dexter. Era tão óbvio que alguns fãs ainda se perguntavam se os escritores estavam propositadamente nos levando ao erro. Não, apenas mais preguiça e uma grave subestimação da audiência do show.
16. Quando o Detetive Mike Anderson foi morto antes que ele fizesse alguma coisa interessante:
Outro personagem de cor prejudicado pela série, Mike Anderson apareceu aleatoriamente em Miami Metro e partiu, assim sem a menor cerimônia. Havia um monte de problemas com a história de Isaak Sirko na 7 ª Temporada, mas matar um detetive finamente bem desenvolvido acrescentou insulto à injúria. Pobre Mike Anderson. Você nem mesmo ficou por tempo suficiente para começar a namorar Deb ou ficar suspeito das atividades de Dexter.
17. Quando Louis tornou-se uma séria ameaça para Dexter, e, em seguida, morreu:
Ainda mais frustrante do que morte prematura de Mike Anderson foi a retirada abrupta de Louis Greene. A partir de 6 ª Temporada, Louis foi criado como uma grande ameaça para Dexter. Estava tudo preparado para ele ser o próximo grande antagonista – ou, pelo menos, uma pedra no sapato significativa de Dexter. E então ele foi baleado na 7 ª temporada por estar no lugar errado na hora errada. Todo o desenvolvimento do personagem foi em vão.
18. Quando Dexter estava preparado para matar Hannah McKay, mas então decidiu fazer sexo com ela:
A 7 ª Temporada também nos apresentou Hannah, outra personagem que sofria da obsessão dos escritores de nos dar as mesmas histórias repetidas vezes. Dexter apaixonando-se por uma bela e perigosa mulher? Estive lá, fiz, fiz de novo. O romance entre Dexter e Hannah foi forçado e ofuscou a história mais interessante de Debra lidando com a verdade sobre seu irmão.
19. Quando Debra arranjou um novo namorado, que, surpresa, era um traficante de drogas!
Na verdade, a recém investigadora particular Debra Morgan deveria estar investigando Andrew Briggs – seu relacionamento era parte do trabalho, como também um modo de Deb lidar com o fato de que ela matou LaGuerta. E isso poderia ter funcionado se não tivéssemos visto exatamente a mesma história antes. Veja como os escritores são preguiçosos: o relacionamento amoroso de Deb na 8ª Temporada foi Andrew Briggs. Seu namorado nas Temporadas 3 e 4? Anton Briggs. Poderia ser uma homenagem intencional, mas é um absurdo de qualquer maneira.
20. Quando a mulher responsável pelo Código apareceu do nada:
Charlotte Rampling é uma tremenda atriz, e Evelyn Vogel não foi o problema da 8 ª temporada. Mas há algo frustrante sobre a forma como a série introduz novos personagens. Neste caso, o público teve que aceitar que, de repente Evelyn basicamente fez de Dexter o serial killer que ele é hoje e nós não a conhecíamos até 8 ª temporada. Não teria sido útil ter mencionado ela antes? É demais para absorver, tão perto do fim.
21. Quando a filha de Masuka apareceu:
É como um clichê, é risível, mas, sim, em sua agonia, Dexter deu um de seus personagens um familiar distante para agitar as coisas. Desde o início, Masuka foi apenas interessante. Enquanto foi legal de finalmente dar-lhe um pouco de substância para se trabalhar, a adição de uma filha a essa altura do campeonato é muito idiota para nos importarmos. Um desperdício de tempo valioso da temporada final (e da atriz Dora Madison Burge, de Friday Night Lights).
22. Quando uma fugitiva Hannah McKay voltou a Miami para visitar Dexter:
A saída de Hannah no final da 7 ª Temporada foi perfeita: Dexter não podia negar seus sentimentos por ela, mas ele finalmente escolheu Deb e entregou Hannah. Mesmo assim, os produtores não conseguiram resistir e Hannah foi trazida de volta para uma subtrama que tem sido até agora uma grande parte da última temporada. Acabou que Hannah queria Dexter para ajudar a matar o marido – mas ela acabou por matar ele, no final das contas. E agora temos um problema com o que fazer com Hannah.
23. Quando Dexter arrumou outro protegido:
Dexter pode ensinar o código a alguém? Isso poderia ter sido mais interessante se não fosse algo que o show já explorou com Miguel Prado e Lumen. O breve período de Zach Hamilton em Dexter aconteceu no meio da 8 ª temporada, e dada a rapidez com que Zach foi morto, pareceu mais uma vez o show caindo na mesmice. Os escritores sabiam que essa era a última temporada, quando escreveram isso, então por que toda a enrolação?
24. Quando Debra e Quinn se juntaram novamente:
Por um lado, quem se importa? Por outro lado, tem sido bom ver Deb terminar a série por cima, não nos braços de outro fantasma de relacionamentos passados. Ela tinha claramente superado Quinn na 8 ª temporada, mesmo que ele ainda estivesse apaixonado por ela. Sua súbita mudança de coração não foi merecedora – foi apenas uma maneira fácil de adicionar um pouco de tensão para Deb levar um tiro no final do penúltimo episódio.
25. Quando Dexter e Hannah começaram a se mover em direção a um final feliz:
Serial killers apaixonados – quão poético! E quem diria, estar com Hannah faz Dexter querer matar menos. É um final tão artificial e fácil que parece uma fanfic ruim. Na verdade, é um sintoma da confusão dos escritores sobre o personagem de Dexter, que começou como um sociopata e se tornou um “amável” anti-herói. O final da série pode bem ser ele andando em direção ao pôr-do-sol, o que, esperamos, seja improvável.
Fonte:
Tourinho acha que a série acabaria perfeita na 4ª Temporada.